A necessária transformação digital das operações

Modernização dos processos, com a ajuda da tecnologia, precisa ser feita de forma estratégica e personalizada para alcançar os resultados desejados

Digitalização tem sido a palavra da vez dos últimos anos. Nos negócios, o termo se fez presente em todos os setores da economia e foi considerado fundamental para a sobrevivência das empresas, independentemente de seu tamanho, na pandemia e depois dela. Mas a automatização e a implementação de tecnologias em processos cotidianos não são, exatamente, uma grande novidade. Pelo menos não para a indústria, que evolui junto aos avanços tecnológicos, visando a flexibilidade, escalabilidade e cada vez mais inteligência para otimizar o trabalho. É o que aponta uma pesquisa da Accenture, consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing. O estudo feito com 600 empresas mostra que apenas 39% se encontram no estágio de maturidade digital de projetos-piloto e que a maioria ainda não conseguiu romper a barreira da escalabilidade.

O CAMINHO PARA A DIGITALIZAÇÃO

Carlos Boechat, diretor associado de Industry X da Accenture, explica que o fenômeno entre as companhias participantes da pesquisa reflete, de fato, muito do mercado. As empresas entendem o conceito de indústria 4.0, que utiliza tecnologias como big data, IOT, inteligência artificial e cloud para melhorar a eficiência e produtividade dos processos, mas não evoluem digitalmente a ponto de gerar valor para o seu negócio. “Quando olhamos para a indústria no Brasil, as empresas têm ainda menor maturidade digital. Agora, já estamos vivendo uma nova era de escalabilidade digital, com o tema ESG cada vez mais em foco. Uma boa estratégia junto à combinação de tecnologias também deve ajudar as empresas a seguir por esse caminho e obterem melhores resultados nas suas manufaturas e operações”, diz. Constantino Seixas, diretor de Operação e Produção de Industry X da Accenture, ressalta que as empresas estão entendendo que a revolução digital é também um processo de mudança cultural. “Não basta apenas implementar um aplicativo, é preciso transformar pessoas e trabalhar a governança. Só assim é possível alcançar benefícios como reduções de custo, aumento da eficiência e melhor uso dos ativos.”

EFICIÊNCIA FABRIL NA PRÁTICA

Seixas explica que o caminho para um parque fabril digitalizado de forma eficiente, e não apenas com a implementação de tecnologias de forma aleatória, começa com um roadmap. A estratégia consiste em fazer um mapeamento do que precisa ser executado, considerando as metas a médio e longo prazo, os concorrentes e o cenário atual da empresa.