TODO O PODER A ALTMAN

O CHATGPT, DE SAM ALTMAN, JÁ IMPRESSIONOU O MUNDO. COM DEZENAS DE BILHÕES DE DÓLARES, ELE PROMETE FAZER MUITO MAIS

O americano Sam Altman se tornou, ao menos por algumas semanas desde dezembro, o CEO mais importante do mundo. Sob sua coordenação, a organização sem fins lucrativos Openai colocou à disposição do público a ferramenta de inteligência artificial CHATGPT, que se comunica por diálogo natural escrito – e assustou muita gente com sua total proficiência em qualquer assunto e estilo de texto, contanto que seja encontrável na internet. A Microsoft, que já havia colocado US$ 1 bilhão na Openai, fez novo investimento “multibilionário” não revelado – segundo a Bloomberg, o montante chega a US$ 10 bilhões. Mesmo com IA se difundindo rapidamente por todos os setores, o CHATGPT conquistou a atenção global, por dois motivos: é fácil de usar e simula uma capacidade (a criatividade para escrever) que se pensava ainda exclusiva da humanidade. Altman, de 37 anos – cientista da computação por Stanford, empreendedor desde os 19, ex-presidente da aceleradora Y Combinator – foi bem transparente sobre suas expectativas em relação às possíveis consequências da difusão de IA. “O caso bom é tão inacreditavelmente bom que você parece louco se começa a falar a respeito”, disse ele, em entrevista ao Techcrunch. O executivo listou, nesse cenário benigno, extrema abundância e avanço científico equivalente a milhares de anos em apenas um. E o caso ruim? “Fim da linha para todos nós”, resumiu. “Acho que os casos de uso errado são muito fáceis de ocorrer.”

Um espaço com imenso potencial para problemas é o encontro de IA com redes sociais. Em janeiro, um grupo de pesquisadores associados à Openai publicou um artigo sobre como IA difusa pode aumentar o poder de fogo da desinformação: 1) ficando ao alcance de mais atores mal-intencionados; 2) aumentando a influência de cada ator mal-intencionado; 3) gerando conteúdo mal-intencionado muito mais persuasivo. Os autores listam ao menos 13 medidas de mitigação do problema. Pode-se imaginar boas formas de interação, com assistentes “inteligentes” no apoio aos moderadores humanos de conteúdo. O CEO da Microsoft, Brad Smith, resumiu bem a expectativa: “Vamos ver avanços em 2023 que dois anos atrás as pessoas esperavam só para 2033.”