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MONITORAMENTO DA SAÚDE MENTAL

A Síndrome de Burnout foi reconhecida no dia 1° de janeiro deste ano como doença do trabalho pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A nova classificação acendeu alertas e alterou as dinâmicas trabalhistas, tornando as empresas diretamente responsáveis pela saúde mental dos funcionários. Uma pesquisa feita pela consultoria LHH com 15 mil pessoas ao redor do mundo mostrou que 38% sofreram com a síndrome ao longo de 2021. Outro estudo, feito com mais de 11 mil profissionais pela consultoria Mercer, indicou que 81% deles sentem que podem desenvolvê-la. A boa notícia é que a tecnologia pode ajudar a mudar essa realidade. Duas empresas, a americana Erudit AI e a canadense Autumn, desenvolveram softwares de Inteligência Artificial que coletam mensagens e outras informações de plataformas de comunicação como Slack, Gsuite e Microsoft Teams. A partir daí um algoritmo entra em cena e interpreta os dados. A ideia é avaliar o nível de desgaste dos funcionários, além de medir o engajamento e o turnover, pilares que podem ter relação com o início do burnout. Tudo é feito de forma anônima e não há interação humana com as informações dos colaboradores. A Erudit AI, por exemplo, lançou a primeira versão de sua plataforma em março de 2021, aprimorando a solução com o passar dos meses. Além de identificar sinais de

burnout, a versão atual cruza os dados com plataformas de vendas para entender os impactos da exaustão na produtividade dos colaboradores. Segundo Alejandro Martínez Agenjo, CEO e fundador da Erudit AI, a empresa surgiu para ajudar as organizações a melhorarem a compreensão, a empatia e a cooperação entre os times. Ele diz que as novas gerações não estão mais focadas apenas no dinheiro. Ao contrário: buscam um propósito e querem estar em ambientes que possibilitem o desenvolvimento, mas também onde haja respeito e empatia. As empresas precisam ser capazes de entender tais demandas. Esse acompanhamento é muito importante em um contexto no qual o trabalho híbrido ou remoto é mais presente. “Em uma mesma companhia podemos ter funcionários trabalhando de lugares diferentes”, afirma. “Como entender, por exemplo, o que os 220 funcionários de uma determinada organização estão sentindo? Não se trata de uma tarefa fácil.”

As duas empresas seguem em crescimento e já captaram recursos importantes. A Erudit AI levantou US$ 5,1 milhões em três rodadas envolvendo investidores como

Athos Capital, Archipelago Next e Encomenda Smart Capital. Hoje, trabalha com companhias como KPMG, Boston Scientific, Banamex e IBM. Já a Autumn, que atende 16 companhias, recebeu investimentos de fundos como Golden Ventures e Hyperplan Venture Capital. O valor, no entanto, não foi divulgado.

ESPECIAL TRABALHO

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2022-06-08T07:00:00.0000000Z

2022-06-08T07:00:00.0000000Z

https://epocanegocios.pressreader.com/article/282935273975572

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