Epoca Negocios

André Stein

PARA ANDRÉ STEIN, CO-CEO DA STARTUP BRASILEIRA EVE, A NOVA FRONTEIRA DA MOBILIDADE URBANA ESTÁ EM DESLOCAMENTOS AÉREOS COM PREÇOS SIMILARES AO DE UMA CORRIDA DE TÁXI

MATTHEUS GOTO

Fundador da Eve, criada pela Embraerx, sobre os EVTOLS: “A acessibilidade é a grande ruptura”

NÃO É EXAGERO dizer que, em vários sentidos, para André Stein, co-ceo da startup Eve, criada pela Embraerx, braço de inovação da fabricante de aeronaves brasileira Embraer, o futuro chegou mais cedo. Antes mesmo de inaugurar uma linha de produção do veículo voador, uma aeronave elétrica com a função de voar também de maneira autônoma, Stein tocou o sino da bolsa de Nova York na abertura de capital da companhia em meados de maio. A estreia se deu após a fusão com a Zanite – uma SPAC, sigla em inglês para companhia de aquisição de propósito específico, também conhecida como “empresa de cheque em branco”. Hoje, mesmo apenas com um simulador e ainda sem protótipos em tamanho real, a companhia já tem um valor de mercado aproximado de US$ 2,4 bilhões.

Stein – um engenheiro de 48 anos, que fez carreira na Embraer desde o programa de trainee – não está sozinho nessa pressa em antecipar o que ainda está por vir. Além dos novos investidores que chegam com a negociação da bolsa, uma série de parceiros e clientes já está com a cabeça em 2026, quando a empresa – segundo ele – deve começar, de fato, a operar. Com cerca de cem funcionários entre Brasil e Estados Unidos, a Eve tem hoje uma carteira de pedidos de 1.825 veículos de 19 clientes, equivalente a uma receita de US$ 5,4 bilhões. Antes da abertura de capital, a startup já havia recebido aportes de investidores estratégicos, como parceiros do segmento de aviação e a própria Embraer.

Nesta fase, a empresa vai testar operações e a própria aeronave. Em maio, a companhia encerrou seus primeiros estudos com um helicóptero comum, para verificar a adesão do público a rotas específicas e ao preço de passagens, no Rio de Janeiro. Os estudos resultaram num plano de ação para a cidade, considerada uma das prioridades para a companhia. Até 2035, a ideia é ter 37 “vertiportos” (aeroportos para aeronaves com pouso e decolagem vertical) e 245 evTOLS, como são chamadas as aeronaves, em funcionamento apenas na cidade. A projeção para a data é de 4,5 milhões de passageiros por ano em mais de cem rotas, e uma receita de US$ 220 milhões. O modelo de negócios da Eve prevê uma participação também na operação das rotas e outros serviços, como o gerenciamento de tráfego aéreo, além da venda de equipamentos. “É um mercado global, e o Brasil tem tudo para ser pioneiro”, diz André Stein, que divide o comando da companhia com o americano Jerry Demuro. A seguir, os principais trechos da entrevista a Época NEGÓCIOS

SUMÁRIO

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2022-06-08T07:00:00.0000000Z

2022-06-08T07:00:00.0000000Z

https://epocanegocios.pressreader.com/article/282750590381844

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